Entre a razão e a emoção no discurso argumentativo: uma breve reflexão
Abstract
No presente artigo, objetivamos refletir acerca da dicotomia razão/emoção no processo argumentativo sob a luz da Análise do Discurso, nomeadamente da Teoria Semiolinguística do Discurso, proposta por Patrick Charaudeau. Inicialmente, é feito um resgate histórico dos termos razão e emoção, partindo de Aristóteles; na Retórica, o autor já citava alguns tipos de emoção. René Descartes, no século XVII, faz uma ponderação acerca da supremacia da razão sobre a emoção. Se, até então, a dicotomia razão/emoção era tratada essencialmente no seio da Filosofia, no século XIX, razão e emoção passam a ser tratadas por outras várias ciências, que emergiam naquele século. Em seguida, é tratado dos termos logos, pathos, e ethos, o primeiro é entendido como o discurso lógico, racional, enquanto que o segundo é entendido como emoção, paixão, já o ethos é focado no orador, formando, portanto, segundo Aristóteles, os três elementos do discurso persuasivo. Na continuação, é tratado especificamente do objeto do presente trabalho, que é o uso da razão e da emoção no discurso argumentativo, sob a luz da Teoria Semiolinguística do Discurso. O corpus utilizado para a análise é uma carta produzida em 2013, nela são observados os usos dos elementos produtores do discurso persuasivo. São explicitados algumas estratégias de persuasão e muitos usos lógicos e patêmicos utilizados pelo sujeito argumentante. A seguir, são feitas as considerações finais acerca do uso da razão e emoção na construção de um discurso argumentativo, na ótica da Análise do Discurso; e, embasadas na Teoria Semiolinguística do Discurso, pode-se ver como as relações entre logos e pathos se dão no interior de um texto empírico. Por fim, é discorrido sobre a predominância ou não de um discurso racionalizante ou patêmico nos enunciados com finalidade persuasiva, e, então, sobre a necessidade ou não de haver a dicotomização entre razão e emoção.Downloads
Published
2017-08-04
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